quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Tiger. Acessórios.

Não existe moto perfeita. Por mais que a ergonomia seja justinha, alguém sempre vai precisar de um ajuste adicional. Foi assim com a Branca. Depois de um tempo percebi que um riser (levantador ou alongador) de guidão tornaria a posição de condução mais confortável. E assim o foi.
O mercado oferece um sem número de acessórios para todos os tipos de moto. Alguns são meros adereços estéticos, outros são funcionais.
Vejamos o que instalei até agora:
 

Primeiro foi o baú. Com a base original que eu ainda tinha, bastou a aquisição dessa placa de aço (Chapam) que age como adaptador.
O protetor do motor, ignorado por muita gente porque "afeta a estética da moto", também da Chapam, protege as laterais de plástico e o próprio motor. Prezar mais a forma que o conteúdo eu deixo para o Niemeyer e seus seguidores. Peças de motos grandes são muito caras hoje em dia. Recordo o dia em que encontrei minha moto batida e descobri que o paralama dianteiro da XJ6 custava R$ 950,00. A Chapam colocou um suporte de pedaleiras que pode ser instalado em duas posições diferentes. Muito útil em viagens quando se quer dar uma esticada nas pernas sem precisar parar. Só quem já viajou de moto sabe da importância disso.
Numa conversa com o Toninho, mecânico aqui de Bsb, ele comentava que eu deveria adquirir um protetor de farol, pois já tinha visto muito farol arrebentado por pedras. Aparentemente - os engenheiros de plantão podem confirmar a teoria, ou não - quando aquecido fica mais fácil quebrar um farol desses, com lente de policarbonato. Por via das dúvidas, e ciente de que um farol desses deve custar uma baba, adquiri esse aí. A lente de acrílico de 3mm é presa por quatro pequenos parafusos a uma armação de aço com pintura eletrostática (assim como as outras peças que mencionei anteriormente), que vai presa no suporte do farol, pelas laterais. Há diferentes modelos, com fixações em outros pontos. Este tem a peculiaridade de emitir um brilho azulado pelas bordas do acrílico, numa sensação parecida com a de ter um neon. Não há o que fazer a respeito. Pelo menos o brilho é da cor da moto. O particular deste sistema é que é possível adquirir lentes reserva por cerca de R$ 50,00. Como as lentes são retas, qualquer loja que trabalhe com acrílico terá condições de cortar as peças para instalação, quando estiverem muito riscadas e precisarem de substituição.
O velho slider de balança. A XRX vem com o orifício adequado para isso. Segundo o pessoal da concessionária, oferece alguma proteção adicional em caso de queda e ainda serve para subir a moto num cavalete. Já utilizei meu cavalete na XRX, pois ele tem bases ajustáveis de borracha, que apoiei na balança sem qualquer problema. Detalhe: paguei pouco mais de R$ 50,00 no par fabricado pela Anker. Aqui em Bsb chegaram a pedir R$ 200,00 num par semelhante, de outra marca.
Finalmente, o acessório mais necessário até este ponto. O guidão já veio ajustado na posição mais próxima do piloto. Mas, como eu disse lá em cima, não existe moto perfeita e, mesmo com boa altura do solo, adequada para baixinhos, a ergonomia ainda precisava de um ajuste. Apesar da posição confortável, eu ainda estava com os braços esticados e notei que após algum tempo sobre a moto eu acabava meio curvado e com dor nas costas. Not good. A solução é o velho e bom riser. Este, também da Anker, custou pouco mais de R$ 170,00. Preço excelente. A Anker, aliás, é empresa brasileira, sediada em Caxias do Sul, RS. Uma belíssima peça em alumínio, facílima de instalar, deu um resultado tremendo. A moto está muito mais na mão agora e consigo pilotar com alguma flexão no antebraço. Bastou um pequeno ajuste nos manicotos e nos retrovisores.
Os próximos acessórios incluem um defletor para a bolha, da Skydder, suporte de malas laterais e as próprias, de alumínio, provavelmente da Givi. Mas isso é papo para outro post.
Keep on riding.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Goodbye. Hello.

E chegou o dia da despedida. Lá se vai a Branca.

Há quem estranhe o apego que temos com nossas companheiras mecânicas. Para nós, elas são mais que um amontoado de metal e plástico. Algumas nós amamos de paixão, outras odiamos com todas as forças - e juramos jamais comprar outra daquela marca - e ainda há as que passam quase sem deixar marcas. Essas histórias tem começo, meio e fim. A Juju, a Fazer 250 vermelha, marcou o importante recomeço no mundo das duas rodas depois de mais de uma década sem pilotar. Nunca perdi o interesse no assunto, li revistas e mais revistas e me mantive atualizado. Voltei com a marca de coração no que classifico como uma compra óbvia, mas pensada. Ótima moto, equilibrada, econômica. Troquei-a quando sua substituta apareceu mais moderninha.
E veio a Branca, a XJ6n 2010. Ralis, viagens, muitos passeios. A Branca nunca me deixou na mão - tirando uns pneus furados - e se mostrou igualmente econômica, ágil, equilibrada. A adaptação foi rápida e indolor. Acessórios foram adicionados à medida em que eu precisei, como na viagem para Rio das Ostras, quando ela recebeu bolsa de tanque e alforges.

Em seguida, o baú, solução odiada por muitos porque "estraga o design (oi!?) e o visual da moto". Questão de opinião.

Quem usa a moto no dia-a-dia como eu, sabe da utilidade que é ter aquela caixa ali na traseira. Branca suportou galhardamente os abusos na viagem a Gramado, na qual até um rali de 42 quilômetros nós enfrentamos.
E ela saiu dali com um retentor de bengala danificado. E só.

Houve um momento em que eu achava que a Branca era exatamente o que eu precisava e que não me via trocando mais de moto. Mas...ser humano é bicho esquisito e logo me vi desejando outra. E aí? Estica de cá, puxa de lá, bola daqui, planeja dali e ainda financia um montão - e aproveita o bônus de 2 mil - e lá estava a substituta na garagem.
Ainda sem nome, a Triumph Tiger 800 XRX Low Seat azul foi a escolhida. Sempre tive uma queda pelas aventureiras/big trails. Minha constituição desavantajada nunca me permitiu. Faltava perna. Claro, conheço muito baixinho que mexe e mexe e adapta e acaba utilizando essas motonas, mas sou muito preocupado com a praticidade porque a moto faz parte do meu cotidiano. Poder manobrá-la com facilidade é essencial. A Low Seat - assento baixo - foi pensada para gente como eu. Equipada com suspensões de menor curso e banco rebaixado (regulável em duas alturas), ela permite aos de menor estatura colocar os dois pezinhos no chão e até permite alguma alavanca nas manobras.
Com 95cv e 8kgfm, o tricilíndrico incomoda no início.

Motorcycle Porn
Com um zumbido alto, ele destoa dos tetra japoneses e esquenta um bocado. Bem equipada: controles de aceleração e tração, ABS comutável, três modos de condução, cruise control, painel completo com computador de bordo, é uma moto que agrada na cidade e vai fazer bonito na estrada. Aqui na foto já equipada com o baú, para cuja instalação utilizei a base original dele e uma chapa adaptadora, da Chapam. Para maior conforto da minha adorada garupa, coloquei o apoio no baú. Também da Chapam, o protetor de motor, que pode receber pedaleiras para as viagens. E só. Por causa do escape gigantesco não vai ser possível utilizar os alforges que já possuo. Não sem antes instalar um afastador ou um suporte de malas rígidas. Essas podem vir a ser adquiridas numa eventual viagem aos Estados Unidos. Já escolhi o modelo, mas ainda tem espaço para manobras. No momento não há alterações que eu queira fazer, apesar de considerar trocar as lâmpadas do farol pelas super brancas da Philips.




quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Caberg Sintesi

Novo capacete na área. Custando normalmente em torno de R$ 1.200,00 foi adquirido em recente promoção por R$ 499,00 e frete grátis. Não dava para deixar passar.
A Caberg é um pequeno fabricante italiano de capacetes, na cidade de Bergamo. O nome da marca vem de "Caschi di Bergamo", ou capacetes de Bergamo.
Acho que justamente por ser uma empresa pequena e por ter poucos modelos em fabricação, há um cuidado especial no desenvolvimento de seus produtos. Há uma qualidade percebida aqui que não se encontra em muitos outros capacetes.
O Sintesi foi lançado ainda em 2009 e, na época, chegou ao mercado com vários problemas, entre eles, principalmente, o peso. À época ele pesava mais de 2 quilos, o que era muito, mesmo para um capacete escamoteável. Esse tipo de capacete,é normalmente mais pesado, mas atualmente o peso razoável gira entre 1,6 e 1,8 kg. A versão atual do Sintesi pesa 1,720g, portanto dentro da média aceitável.

O Sintesi, há que se dizer, foi homologado de acordo com a norma 22.05 da CE e pela NBR 7471, no Brasil e pode ser utilizado com a queixeira aberta ou fechada. Não é o caso da maioria dos capacetes escamoteáveis, diferentemente do que pensa a maioria dos motociclistas. O Sintesi, para ser aprovado de acordo com essa norma, possui um sistema acionado por mola, que prende firmemente a queixeira no topo do capacete, quando aberto, além de possuir a viseira solar integrada, que faz as vezes de viseira principal.

O Sintesi está disponível atualmente no que se tornou a paleta de cores "padrão" para os escamoteáveis: prata, preto metálico, branco, preto fosto e cinza. A pintura na versão prata é muito bem aplicada, com pequenos mas espessos flocos metálicos misturados num bom verniz incolor que dá à superfície sensação de qualidade.

O modelo tem um encaixe confortavelmente generoso, que pode ser caracterizado como redondamente neutro, podendo ser classificado como "ligeiramente redondo". Ele deve servir na maioria dos formatos de cabeça. O tamanho XL deve servir em uma cabeça 61-62, o que está correto para esse tamanho. O casco utilizado no XL parece enorme; ele dá aos pilotos de cabeça grande o temido efeito "aquário" (ou seja, cabeça pequena em um capacete grande demais).

O lado bom é que o Sintesi tem espaço de sobra à frente e atrás da cabeça, incluindo bastante espaço na região do queixo. É fabricado apenas nos tamanhos XS a XL, mas torçamos para que haja um casco menor para os tamanhos menores ou os proprietários vão parece estar usando uma bola de praia.

O forro removível é muito confortável e o estofamento é espesso, sem extremidades rígidas aparecendo. O único lugar onde ele parece ser fino é em torno das têmporas, mas não parece desconfortável naquela área.

O tecido utilizado no forro do Sintesi é também confortável e ele tem um diferencial interessante: as laterais do forro são na cor vermelha e tem a figura de óculos com os dizeres "seating" sob ela. Isso provavelmente significa que o tecido vermelho ou aquela área foram desenhados para acomodar óculos.
A parte superior do forro tem porções de redinha na frente e atrás, mas não parece haver canal de ventilação direta através do isopor, embora existam quatro orifícios de ventilação indireta localizados de forma radial no topo do casco.

O Sintesi leva um "excelente" em conforto e encaixe.

Com uma viseira grande pode-se pensar que a visibilidade do capacete é excelente, mas o desenho anguloso do casco interfere um pouco e as laterais angulosas da queixeira servem para limitar a visão lateral, ou pelo menos limitá-la mais do que pode ser considerado a média.
A viseira possui uma travinha central para prendê-lo quando está fechada, e tem duas linguetas de cada lado, ambas características bacanas. A viseira se levanta em 5 estágios e no geral passa uma boa impressão de firmeza e rigidez: não tão firme como algumas, mas melhor que a média. O mecanismo de remoção é um pouco trabalhoso, mas aceitável. E é outra ideia nova: desta vez, pequenas setas gravadas na viseira precisam ser alinhadas com setas no botão de soltura preto.
Observe que a viseira só pode ser removida quando posicionada no penúltimo estágio, em vez totalmente levantada. Isto aparentemente evita que a viseira se desencaixe quando colocada na última posição.
Com as setas alinhadas, empurre o botão acionado por molas para cima e a viseira se solta. Recolocá-la é um pouco mais difícil, pois as pequenas linguetas moldadas na viseira tem que ser inseridas sob o botão redondo de liberação.
Por falar nelas, as linguetas requerem cuidado – há sistemas similares nos quais elas se quebram com facilidade.

A queixeira rotativa tem acionamento suave e utiliza ganchos de metal para prendê-la no lugar. O botão de soltura central tem uma espécie de rebaixo onde se encaixa o polegar, e uma vez que a viseira esteja completamente levantada, ela se trava no lugar num encaixe, quando atinge a posição aberta.
Para abaixar a queixeira, ela deve ser primeiramente puxada para fora contra a tensão da mola, e então pode ser abaixada. Quando tirei o capacete da caixa e o abri, não consegui fechá-lo de novo. Achei que estivesse quebrado até que descobri que ela precisa ser puxada antes. Li o Manual e está descrito lá o modo correto de fazê-lo.

Um bônus é que a viseira solar interna tem cobertura maior e melhor que modelos similares, porque é projetada para servir também como viseira externa, quando o capacete estiver sendo usado com a viseira/queixeira levantada.

A viseira interna é acionada por um botão deslizante grande localizado na parte de trás do capacete, o que é meio estranho no início, mas funciona bem. A viseira pode ser posicionada em qualquer altura, em vez do acionamento normal aberta/fechada com molas, mais comuns.

Observe que quando a viseira solar está abaixada, a queixeira abaixada e travada e a viseira fechada, o fluxo de ar pela ventilação frontal é bloqueado em cerca de 50%, com metade do ar entrado pela frente da viseira solar. Há uma diferença notável na capacidade de ventilação quando a viseira solar está abaixada, o que é um bocado curioso. Ambas as viseiras tem qualidades ópticas excelentes.

O capacete possui ainda uma bavete grande, de borracha, que faz um ótimo trabalho em bloquear um pouco o vento pela parte inferior do capacete, mas por ser grande pode incomodar alguns pilotos.

O nível de ruído não é dos piores, mas não deixa de incomodar um pouco, principalmente na área inferior próximo às orelhas. Há relatos de usuários que acham que o problema é mais intenso do lado esquerdo, resolvido com o preenchimento do espaço vazio reservado ao intercomunicador. Testei o capacete em velocidades até 100 km/h e há muito ruído de vento - minha moto é uma naked - mas ele me pareceu razoavelmente silencioso. Na estrada usarei protetores auriculares, de qualquer forma, como sempre faço.

Observe que os níveis de ruído percebidos variam, dependendo de cada um. O ruído pode ser causado por muitos fatores, incluindo o encaixe do capacete; o tipo de motocicleta e de bolha; velocidade e direção do vento e até mesmo o tipo de vestimenta que estiver sendo usada.

O Sintesi é projetado para receber o sistema de intercomunicação por Bluetooth "Just Speak" da Caberg. A queixeira possui um recesso moldado para o microfone e o isopor na parte inferior dos compartimentos das orelhas também são moldados para os alto-falantes.
O capacete possui uma tampa removível do lado esquerdo, onde se encaixa o módulo Bluetooth. Esta não é simplesmente uma tampinha de encaixe; é presa no lugar por um mecanismo deslizante com mola, localizado no lado esquerdo da área da bochecha do casco, for a da vista quando a queixeira está fechada.
Ela se encaixa firmemente e é indicativo da qualidade geral do capacete.
Este é um detalhe bacana e demonstra o cuidado tomado no projeto. Dentro do espaço sob a tampinha há um fio com conector. Aparentemente o capacete já tem preparação para receber os alto-falantes e o microfone.
Em síntese (Sintesi, get it?) um capacete confortável, bem construído e atualmente por um preço imbatível.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

De volta ao batente

Depois de mais de um mês na concessionária, Branca está de volta.
Ainda com alguns problemas que espero solucionar ao longo desta semana, retirei-a ontem.
Demorei um pouco para acionar o seguro, mas uma vez acionada a Sul América foi rápida. Autorizou a substituição das rodas e do eixo dianteiro.
A roda dianteira, por dentro, ficou assim:
Belo estrago, não?
Os pneus aguentaram a pancada e não precisaram ser substituídos. Mas os discos dianteiros sim. Após a montagem das rodas, o pessoal da concessionária detectou empenamento. Troca autorizada, retirei a bichinha ontem.
Foi um trajeto tenso, a volta para casa, mas não senti anomalias como trepidação, shimmy ou puxadas.
Na foto dá para ver que o suporte do baú ainda está torto. Crianças, é por isso que o fabricante indica peso máximo suportado. O meu baú, de 47 litros, não pode levar mais 3 ou 4 quilos. E estava mais pesado. Com a pancada, aconteceu isso aí. Resta saber se a estrutura aguenta outra desentortada.
O farol parece não estar encaixando direito e o facho está desregulado. Objeto para análise pelo Toninho.
Resolvidas essas questões começará o processo de preparação da Branca para a sua venda, mais para o fim do ano. O paralama dianteiro tem uma trinca que precisa ser reparada. A tampa do motor e as laterais terão de ser pintadas. 

quarta-feira, 6 de julho de 2016

O Buraco na BR

O dia estava lindo. Céu azul, pouco vento. Um tantinho frio para as oito da manhã, mas corria tudo bem. Saímos de Araxá às 7:45 da manhã, em nossa viagem de volta a Brasília. Passaríamos por Patos de Minas, Paracatu, Cristalina, pela BR 040.
O trecho inicial de cerca de 230 quilômetros foi cumprido em duas horas. Esse ritmo forte acabou por ofuscar nosso melhor julgamento e acabamos errando o caminho não uma, mas duas vezes. O segundo erro aconteceu na BR365, entre Patos de Minas e Pirapora. Alguns colegas alegam ser impossível errar aquela saída, mas a verdade é que a sinalização de algumas estradas em Minas Gerais deixa muito a desejar. Como íamos em ritmo acelerado, acabamos passando batido pelo ponto em que teríamos que sair da 365 e tomar a 040.
A 365 tem buracos, mas apenas em alguns pontos. Nos demais, a estrada é muito boa e com longas retas.
Anderson, numa Ninja 250, disparou na frente e sumiu. Clau, na GS1200, vinha logo atrás de mim. Posicionei-me para ultrapassar uma carreta, mas recolhi ao deparar com veículos vindo na pista oposta. Ao recolher, acabei muito próximo à carreta e não tive tempo de desviar do buraco enorme, bem no trilho da esquerda.
No canto superior direito, a Branca, exatamente onde consegui parar.
Pela foto não dá para se ter noção da profundidade. A moto provavelmente "rampou" no primeiro buraco e aterrissou na quina do segundo, empenando as duas rodas - a dianteira chegou a rachar - causando o esvaziamento instantâneo de ambos os pneus.
Não sei como, mas consegui evitar uma queda, que teria sido violenta e com consequências nefastas. Credito isso à moto, muito estável, mesmo tendo ambos os pneus furados. A Branca bamboleou, dançou, pendeu para o lado do acostamento e vi a possibilidade real de me estabacar no matagal. Melhor que me estabacar na pista contrária. Como vinha a 90-100 km/h a moto ainda rodou bastante. Agindo instintivamente, acionei com cuidado ambos os freios e parei a moto.
Passado o susto, eis o resultado:
Roda dianteira
Roda traseira
O Clau se prontificou a buscar ajuda, já que o Anderson tinha sumido na frente. Dei a ele o cartão do meu seguro e aguardei. Clau contou com a enorme boa vontade dos funcionários de uma empresa, não muito longe dali, que permitiram que ele utilizasse o telefone para acionar o socorro. Antes disso, Anderson tinha parado para nos esperar e voltou para aguardar o resgate comigo.
A Sul América Seguros acionou um serviço de resgate em Pirapora, que chegou rapidamente. Enteguei a Branca e minha bagagem (o baú com minhas roupas, trancado e a bolsa de tanque). E voltamos para Brasília. Eu, na garupa da GS1200 do Clau.
Tínhamos acrescentado muitos quilômetros à nossa viagem e o tempo perdido seria impossível de recuperar.
Felizmente, foram apenas danos materiais. A Branca foi trazida para Brasília pela mesma empresa que fez o resgate (Marcelo Reboques, de Pirapora/MG, excelente), onde aguarda orçamento, vistoria e reparos na concessionária Saga Moto, de Taguatinga.
Lições aprendidas? Pelo menos duas: sempre se questione acerca da rota, principalmente se não estiver utilizando o GPS (e mesmo se estiver) ou mapa. E nunca, jamais, posicione-se próximo demais do veículo à frente.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Branca

Chegou a hora da revisão dos 40 mil quilômetros.
Com a Kishi temporariamente fora de combate e a Saga com um posto de serviço na Asa Norte, busquei entre meus amigos uma indicação de um bom mecânico para submeter a Branca à revisão de 40 mil. Não gosto muito do serviço da Saga então nem a considerei.
Meu amigo Cesinha me indicou o mecânico dele, o Toninho, sujeito boa praça e com 30 anos de experiência. Na sua oficina, vi raridades como duas Indian dos anos 30 e uma Yamaha XS 650 Turbo, do começo dos anos 80, além de uma Z1000, todas do mesmo proprietário.
Não é segredo para ninguém que concessionárias não fazem muito além das revisões básicas. Ninguém desmonta a moto toda.
Mas foi exatamente isso o que o Toninho, e o Luis, seu escudeiro, fizeram: desmontaram a branca toda. Rolamentos de roda foram engraxados, a corrente foi completa e profundamente limpa. O mesmo rolou com os corpos da injeção, completamente cobertos por fuligem - nunca haviam sido limpos. Num dos dias que por lá passei, o Luis se ocupava de limpar o painel da moto, aproveitando o estado de desmontagem parcial da Branca. Pedi também que ele desentortasse o suporte do baú, danificado na queda que relatei em um post anterior.
Ao fim de uns dez dias, Toninho devolveu a moto com filtros, óleo e velas trocados. A lâmpada do farol tinha queimado de novo - o que acho que aconteceu lá, mas não polemizei - também foi trocada, além do fluido das bengalas e do cabo de embreagem, que já chegava ao fim da regulagem. Vale lembrar que este era o da Fazer 250, trocado na revisão de 20 mil quilômetros. Ainda estava em ótimo estado, apesar de esticado. O original não durou 20 mil. Custa R$ 98,00 mas é impossível de encontrar para pronta entrega. O da Fazer custa R$ 110,00. Algo de muito errado aqui, dona Yamaha.
Pedi que fizesse uma limpeza profunda do sistema de arrefecimento, o que foi feito. Em 5 mil quilômetros faremos a limpeza de novo, pois daria pra fazer motocross em tanta borra que saiu do sistema.
Assim, Branca saiu renovada, com corpinho de 5 mil, aos 40 mil quilômetros.
Enquanto a Branca ficou no estaleiro, enviei uma peça de cordura que minha mãe, hábil com máquinas de costura, transformou em uma bolsa de ferramentas, no mesmo tamanho e desenho da original, mas com parede dupla, mais resistente, pois a original, produzida em lona, estava toda furada.
Next, reparo do paralamas e pintura da lateral do motor e da rabeta. 

Back in business

Então, com o mistério do Borges resolvido - era apenas o carburador seco - rodei um tanto com ele, esperando a hora de levar pro mecânico para uma merecida revisão.
Boas e más notícias: o carro está ótimo. O sr. José Alberto, mecânico de VW a ar lá do Guará, elogiou o carro e sugeriu que eu o pintasse. Não entendeu ou curtiu muito quando eu disse que pretendia apenas tirar os pontos de ferrugem e deixar o carro meio ratão, mantendo a mecânica em ordem que é o que interessa. Não trocou as velas. Disse que estavam ainda em bom estado e que, como não tinha conseguido remover uma delas, preferiu não forçar. Melhor fazer isso quando for resolver a outra má notícia.
Eu lhe pedi que verificasse um vazamento de óleo. Segundo ele, só tirando o motor para resolver, mas não me disse exatamente qual é o problema. Assim, quando for tirar o motor, remova também as velas, caso precise retificar alguma coisa.
Vontade de estrangular o cara que colocou a vela desse jeito.
No mais, Borges segue bem. Surgiu um barulho incômodo na porta do motorista, que pretendo investigar. Ainda quero mandar produzir novas laterais de porta, com novos ganchos. Mas isso vai ficar mais para a frente, pois ainda não mandei arrumar a trava do banco do motorista. Acho que vou acabar trocando a peça toda.
Próximo serviço, então, provavelmente vai ser a remoção dos pontos de ferrugem na lataria. Para isso vou pesquisar entre proprietários para encontrar um bom (e honesto) funileiro.
Como diz o grande Milton Leite: segue o jogo! 

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Não pegou!

Borges já está há mais de 4 meses parado.
Ao partir em viagem de trabalho inflei os pneus, enchi o tanque e desliguei a bateria. Lavado, coloquei uma capa e fui embora.
Retornei dia 12 de dezembro e no dia seguinte religuei a bateria e...nada. Bem, tinha carga, o motor de arranque girou sem problemas, mas nem sinal de partida.
Fui protelando, protelando e resolvi dar uma olhadela mais atenciosa dia desses. Descobri que a mola do eixo do abafador do carburador estava quebrada. Ao pisar no acelerador o mecanismo não era acionado - o que pode explicar a ausência de cheiro de gasolina.
Agora preciso adquirir as molas e tentar trocá-las. E torcer para o Borges pegar, pois com a chuvarada que está caindo em Brasília está fazendo uma falta danada. Assim que ele pegar, vai para a tão adiada revisão.