quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Freios

O dia está fantástico. Você se sente fantástico. Sua moto está fantástica. Tudo funcionando bem, o motor ronrona macio, as suspensões absorvem as imperfeições do asfalto. De repente, do nada, surge uma velhota num Clio e você tem que fazer alguma coisa. A mão direita procura o manete enquanto o pé direito afunda o pedal. E nada acontece. Um momento de tensão enquanto aquele velho clichê da sua vida passando toda na sua frente num segundo. Aí você sente o tranco, acorda e bem a tempo desvia da velhota no Clio.
A situação acima poderia ter acabado muito mal se o tal "tranco" não tivesse vindo. O que parece muito tempo no texto, na verdade foi fração de segundo, tempo que levou para os freios entrarem em ação.
Parece brincadeira, mas é muito comum que algo tão importante num veículo como os freios seja levado tão pouco a sério. Contei aqui sobre a atualização que promovi nos freios da Branca.
Mas sabia que mangueiras, principalmente as mais comuns, de borracha, devem ser trocadas a quatro anos, com problemas ou não? E sabia que é melhor trocar o fluido de freio a cada dois, menos se o uso for intenso? Pois é, mas quem faz isso?
Freios, dissequemo-los. Sistemas modernos de freios funcionam assim: há um reservatório de fluido no guidão. Junto dele, uma bomba que é acionada pelo manete. Essa bomba pressuriza o fluido, que desce pela mangueira até a pinça. Na pinça o fluido empurra o pistão (ou pistões) que por sua vez fazem um atrito danado contra o disco. Nos freios a tambor, a força vez por um varão ou cabo que aciona as sapatas - ou lonas - contra a face interna do tambor. Sistemas diferentes, mesmo efeito. O hidráulico a disco, muito mais eficiente, é hoje o mais comum. Não entremos em discussões alongadas sobre ABS e outras modernices.
Bombas. Não há muito o que fazer sobre elas. Mangueiras ou dutos. Estes sim. Se você se deu ao trabalho de ler a história cujo link incluí ali no começo saberá que a Branca é equipada originalmente com dutos de borracha. Esses dutos podem ser fabricados com malhas de kevlar e outras coisas do tipo. A borracha cede com o uso. Entenda que a pressão ali dentro pode chegar a 150PSI, dependendo da moto e do sistema. É muita pressão, por isso elas cedem com o tempo. Já as mangueiras recobertas com malhas de aço, também conhecidas como aeroquip, cedem bem menos, assim o mesmo sistema equipado com mangueiras distintas, terá desempenho igualmente distinto, com muitos pontos a favor do sistema com malha de aço.
Muito bem. E é só? Não. O fluido pode ser DOT 3, 4 e até 5, se bem que este último é o menos utilizado por ser muito específico e não trazer benefício algum para o usuário comum. Fluidos, de acordo com sua composição podem ser hidrofílicos (atraem água ou umidade) e hidrófobos (que fazem o contrário). O que se quer na verdade é evitar ao máximo que entre água no sistema. O fluido tem um ponto de ebulição altíssimo, para aguentar a pressão. Quando tem água ou umidade demais o ponto de ebulição dele cai, o fluido ferve e o freio...não freia. A sensação de freio borrachudo é na verdade o fluido fervendo e perdendo sua capacidade de fazer pressão. Isso se dá por aquecimento do disco, que aquece a pastilha, que aquece a pinça, que aquece o fluido, sacou?
Quando isso acontecer, não há muito o que fazer a não ser parar e esperar esfriar.
Pinças. Essas podem ser de pistão simples, duplos, triplos. E podem ser de montagem axial ou radial. A de montagem axial é a mais comum, mas a de montagem radial a mais eficiente. Como identificá-las? Simples. Se os parafusos de fixação estiverem paralelos ao disco, você está diante de uma pinça radial. Radial porque está no sentido do raio da roda, capisce? Se os parafusos estiverem perpendiculares ao disco, você está diante de uma pinça axial, ou seja, montada no sentido do eixo. As pinças radiais são mais comuns em motos mais modernas e caras. A ciência por trás disso é que a pinça de montagem radial é mais precisa, pois está melhor alinhada com os discos e flexiona menos sob as enormes pressões exercidas.
Em suma, meu caro leitor e amigo (espero), mantenha seus freios em ordem e revisados se você não quiser virar ornamento de Clio de velhota.

sábado, 3 de outubro de 2015

Procurando encrenca

É fácil não dar importância às suas habilidades visuais. Não dá para ter olhos preguiçosos quando sua sobrevivência depende de informação essencial chegando rapidamente ao seu cérebro. Olhos sempre em alerta total ajudam a evitar falhas e a manter pequenos problemas pequenos. O quão eficiente suas habilidades visuais são pode significar a diferença entre um pequeno aborrecimento, um "quase" assustador e uma tremenda queda.
Fixar o olhar à frente distraidamente não é o bastante. Você deve procurar pelos perigos agressivamente antes que eles encontrem você. Olhe de lado a lado, perto e à distância, acima e abaixo para identificar motoristas erráticos e superfícies suspeitas. Ao se aproximar de curvas, busque por pistas que ajudem a identificar o raio da curva. E não se esqueça de checar nos espelhos rapidamente e dar aquela olhadela por sobre os ombros, para monitorar seus pontos cegos antes de mudar de faixa. A parte difícil é priorizar os perigos a fim de evitar prestar atenção demais a problemas relativamente pequenos e deixar de lado os perigos mais sérios.
Sobreviver no trânsito significa estar atento às pistas sutis que podem indicar problemas, como os movimentos de braços e cabeça dos motoristas e flashes de luz do sol sobre vidro ou metal cromado de veículos virando. Mantenha seus olhos se movimentando como um radar, procurando por qualquer coisa que não pareça certa.
Use sua visão periférica para monitorar obstáculos próximos enquanto mantém sua visão à frente e aberta. A visão ampla (grande angular) lhe dá a melhor chance de identificar o inimigo ao mesmo tempo em que reduz a ansiedade da velocidade, diminuindo visualmente a paisagem que passa. À medida em que a velocidade aumenta, olhe mais à frente para que você tenha tempo e espaço suficientes para lidar calmamente com os problemas.
Você não tem como identificar perigos se não tiver uma visão clara adiante, assim evite colar no veículo da frente e escolha posições na pista que proporcionem a melhor visão das curvas e dos veículos ao redor. Não somente isso vai permitir que você veja melhor, mas também que os outros vejam você.
Seus olhos não servem apenas para coletar informações mas tem também um papel-chave na hora de fazer sua moto seguir a trajetória desejada. A essa tendência chamamos de "controle visual de direção". Olhar para onde você quer ir é dizer para seu cérebro e seus músculos irem para lá.
O controle visual de direção é ótimo para ajudar a direcionar sua motocicleta em curvas, mas é igualmente útil quando você precisa desviar de obstáculos. Certifique-se de olhar para onde quer ir porque fixar a atenção demasiadamente ao perigo vai fazer com que você vá direto para ele. Isso é chamado de fixação de alvo. Quando surge o perigo, evite o magnetismo negativo da fixação de alvo, olhando para a saída da curva ou rota de escape, em vez de focar no guardrail ou obstáculo.
A maioria dos acidentes solo ocorrem quando um piloto entra em uma curva rápido demais (para sua capacidade) e se assusta. Muitas vezes a moto poderia ter facilmente contornado a curva, mas não o fez porque o piloto desistiu e olhou derrotado para a margem da estrada. Globos oculares não podem direcionar fisicamente uma moto, mas seu foco visual torna clara sua intenção de inclinar mais e completar a curva.


Ao fazer uma curva, deixe que seus olhos examinem da entrada ao ápice até a saída enquanto mantém um campo amplo de visão. "Engate" seus olhos à frente, de um alvo visual para o próximo, a fim de mapear uma rota que forme uma curva suave. Olhe para baixo, se necessário, para verificar perigos potenciais na superfície da estrada, mas retorne seu olhar e atenção para a frente através da curva. Porque você está virando, seus olhos vão naturalmente seguir um padrão de busca diagonal "para cima e para baixo, longe e perto".
Às vezes certas condições atrapalham nossa capacidade de enxergar. Diminua quando as condições do tempo, a luminosidade que diminui, o brilho do sol ou o cansaço impedirem que você enxergue longe o bastante à frente. E lembre-se, seus olhos e reflexos envelhecidos podem não ser tão precisos como costumavam ser, por isso pilote de acordo.
Ser visualmente vigilante vai tornar você mais seguro e confiante. Manter suas habilidades visuais afinadas é uma das melhores maneiras de ser um piloto mais seguro e competente.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Barbeiragem e covardia

Ontem o dia foi desagradável. Ao retornar para minha moto ao fim do expediente, reparei que ela estava estacionada meio torta. De cara achei que algum motofretista tinha mexido nela para poder parar a sua moto. Qual não foi minha surpresa ao descobrir que alguém tinha batido nela e se mandado. Pior que isso, eu a tinha estacionado junto à guarita de entrada do estacionamento do Palácio do Itamaraty, supondo que ali estaria segura. Para minha surpresa, o vigia disse nada ter visto.
O sujeito bateu na moto pela esquerda, quebrando o paralama,
a moto inclinou-se e acabou apoiada no baú contra a guarita, o que amorteceu a queda, evitando maiores prejuízos. No entanto, o suporte do baú entortou e o próprio baú ficou todo arranhado pelo contato com a guarita.



 Minha moto estava estacionada mais ou menos onde se vê essa CG aí acima. Na guarita (acima e abaixo), dá para ver as marcas que o baú deixou.
Parece mesmo muito estranho que o vigia não tenha visto nada. Nem ouvido. Provavelmente foi movido pelo receio de ser chamado como testemunha. Ou conhece quem bateu na moto.
Mais do que o prejuízo financeiro fica a frustração, a raiva, um sentimento de invasão. Se o sujeito tivesse deixado um telefone, talvez eu nem cobrasse dele os R$ 965,00 que vai custar para substituir o paralama.  Como a franquia do seguro é quase o dobro disso, vou ter que arcar com o prejuízo e sem saber ainda como vou desentortar o suporte do baú.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Freios Hel e atualização

Recebi as mangueiras novas frontais. Para variar, a Danidrea mandou a mangueira secundária com uma abraçadeira a menos. Vou ter que improvisar. Em cima disso, Branca desenvolveu um vazamento na tampa lateral direita do motor. Não sei de onde vem, pode ser a bomba de óleo. Deixarei a bichinha na concessionária hoje. Assim, o Borges tem sua ida para o spa adiada.

-- xx --

Isso foi ontem, rapêize. Uma vez mais a galera da Kishi Motos aqui de Brasília mostrou que é ponta firme. Apareci na oficina lá pelas três da tarde, já pronto para deixar a moto por um dia ou dois. Miguel estava sem serviço naquele momento e pôs-se a trabalhar na Branca. Instalou as mangueiras Hel (desta vez deu certo, viu Danidrea?), agora cortadas no comprimento correto e reinstalou os alongadores de guidão. A finalização do sangramento deu um pouquinho de trabalho, mas finalmente deu certo. Já posso dizer que é uma diferença brutal. Tanto que tive que regular o manete de freio para mais perto, pois ele cede quase nada em relação ao funcionamento com as mangueiras originais. O manete fica firme e a frenagem é decidida. Uau!

Como dá para ver pela foto, agora é possível utilizar os alongadores no guidão, com a mangueira Hel, prova cabal de que as mangueiras que originalmente me foram enviadas eram mais curtas.



Já o vazamento, vejam só, era causado (aparentemente, ainda estamos testando) pelos parafusos que se soltaram com o tempo e vibração. O Miguel fez um reaperto depois de examinar e decidir que a junta não parecia ter sido danificada. Vou utilizar por uns dias e, não havendo novo vazamento, concluiremos que o diagnóstico foi acertado. Caso volte a vazar será o caso de trocar a junta.
Fora isso, Branca vai bem obrigado. A gasolinálcool já mostra seus efeitos com o aumento do consumo. Era possível fazer até 270/280 quilômetros até entrar na reserva, agora mal dá para chegar em 240. Pretendo fazer um experimento com gasolina Podium, mas não acho que eu vá adotá-la permanentemente.

terça-feira, 30 de junho de 2015

HEL Performance part II

A coisa não correu muito bem. Ao levar a Branca à concessionária Kishi para a troca das mangueiras originais pelas Hel, descobrimos que as dianteiras - são duas, uma saindo do manete para a pinça esquerda e outra ligando as duas pinças - estavam com medidas estranhas. A mangueira secundária estava longa e ficou com uma bela curva, bela no sentido de grande, e por isso o mecânico precisou ajustar a posição de encaixe do banjo na pinça. Ainda ficou uma curva, mas ficou. Já a mangueira principal foi um problema maior. Em princípio ela não alcançava. Achamos que o problema tinha sido o alongador de guidão. Tiramos. Alcançou, mas ficou esticadíssima, o que não está correto, já que a mangueira original fica com folga mesmo com o alongador.
Pedi ao Miguel, o mecânico, que as desinstalasse e deixasse só a traseira, que ficou ok.


Entrei em contato com o importador do componente, a Danidrea, e informei o ocorrido solicitando uma solução. As mangueiras claramente foram cortadas fora do padrão, pois se tivessem sido cortadas nas medidas corretas, elas serviriam mesmo com o alongador do guidão. Já se vão lá pouco mais de duas semanas e a história ainda rola. Hoje me pediram para medir as mangueiras que estão comigo e enviar essas medidas, com fotos, para eles confirmarem, pois disseram que já venderam muitas e nunca tiveram problemas. Sim, just my luck, na minha vez, erraram o corte da mangueira.
Vejam o detalhe da mangueira secundária, depois que o Miguel mudou o banjo de posição para ver se a coisa se ajustava.
Mesmo assim, já deu para sentir a diferença que faz a mangueira com malha de aço. O freio traseiro, normalmente hesitante e meio borrachudo, funciona bem melhor. Espero poder dizer o mesmo do dianteiro. Logo.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Hel Performance

Freios. A gente só se lembra deles quando falham. Existe uma recomendação não escrita que diz que flexíveis de freio devem ser substituídos a cada 4 anos, mesmo que nada esteja errado com eles. Mangueiras de borracha, encontradas na maioria das motos e carros vendidos no Brasil, expandem com mais facilidade no uso e isso acelera o desgaste dessas peças. Modelos mais avançados já vem de fábrica com flexíveis revestidos com malha de aço, também chamados de aeroquip. Esses, além de mais resistentes, melhoram o desempenho dos freios por expandirem menos.
Assim que a Branca chegou aos 4 anos de idade. Freios Yamaha, pelo menos em alguns modelos vendidos no Brasil, tendem a ser borrachudos. A Fazer 250 era assim, e a XJ6 não fica muito atrás. Resolvi, depois de descobrir que a importadora Danidrea passou a representar a marca Hel Performance no Brasil, trocar os flexíveis. A encomenda será feita esta semana e serão trocadas todas as mangueiras, dianteiras e traseiras. Aguarde a atualização deste post quando isso acontecer, juntamente com o teste.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Pequenos serviços, grandes benefícios

Borges, que está precisando de uma boa revisão, passou por troca de óleo e de filtro de gasolina no último fim-de-semana.
Estou quase tomando a decisão de não pintá-lo, mas seguir a tradição "rat", na qual mecânica e estrutura do carro são de primeira ordem, mas nada de pintura nova. Vou mandar corrigir alguns pontos de ferrugem e a batida no paralama dianteiro esquerdo e deixar tudo no primer. Ao mesmo tempo trocar borrachas e reformar o interior. É uma opção mais barata, mas não menos bacana. Afinal, a pintura do Borges ainda é original, apesar de estar feinha.
Branca.
Graças a um descuido meu na manutenção, quase fundo o motor por falta de fluido de arrefecimento. Aviso: nas revisões as concessionárias só checam o nível de fluido, então atenção. Cheguei à casa de um amigo certa noite e ouvimos o barulho de fluido fervendo. No dia seguinte fui à concessionária e o que fora fluido um dia, era uma borra marrom horrorosa. Para meu prejuízo, a tampa do radiador - que não é uma simples tampa de radiador - estava estragada e teve que ser trocada. Lado bom: tinha em estoque (!!). Lado ruim: custa R$ 300,00. Isso mesmo. A XJ está se revelando uma moto cara de manter, se for precisar trocar peças. Acho que já comentei que a borrachinha do pedal de câmbio custa absurdos R$ 50,00. Resolvi não trocá-la. Usei um protetor de sapatos desses de lona, com um pedaço de PVC expandido dentro. Amarrei com dois "engasga-gatos" e voi là. Não preciso mais da borrachinha. Na última segunda foi a vez do retentor da bengala direita, que não tinha sido trocado em Bento Gonçalves, na viagem que fizemos em agosto, pois a concessionária só tinha uma unidade. Como a recomendação é de trocar as duas, o serviço foi feito agora. Aproveitei para trocar o pinhão Vaz pelo original, com redutor de ruídos. O pinhão custou R$ 173,00 na Lucari Motos de Presidente Prudente. O retentor custou R$ 70,00 na Kishi Motos que cobrou só R$ 50,00 pela mão-de-obra para trocar o retentor e o pinhão, mais R$ 22,00 de óleo de bengala. Serviço rápido e bem-feito.
A Branca agora só precisa de retoques de pintura aqui e ali. Como não é urgente, esse serviço vai ficar mais para a frente.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Ouvidos: proteger para preservar

O cara é super cuidadoso quando o assunto é a condução de sua motocicleta. Capacete de boa qualidade e sempre em ordem, com viseira sem riscos e cinta sem danos. Jaqueta apropriada, com proteções nos ombros, cotovelos e lombar. Luvas e botas. Tudo certo. Moto com a manutenção em dia. Qualquer um poderá concordar que nada mais falta para que esse motociclista saia em segurança para as ruas ou estradas, certo? Não totalmente.
No Brasil, uma questão ainda segue sendo amplamente desconsiderada pela comunidade motociclística e não se vê qualquer ação a respeito: a proteção auricular. Em alguns países, o uso de protetores por motociclistas é recomendado até mesmo para deslocamentos urbanos, principalmente se no trajeto o motociclista passar de 60 km/h. Sabemos que muitas motos possuem bolhas e parabrisas bastante protetores, mas mesmo esses deixam alguma turbulência atingir o capacete. Por aqui o protetor é ignorado solenemente até mesmo por motociclistas que pegam estrada com frequência.
Veja, uma conversa normal pode atingir até 60 decibeis. Um tiro a curta distância pode bater nos 140 decibeis e causar danos permanentes instantaneamente. Deve-se evitar a exposição prolongada, entre 75 e 80 decibeis, para evitar danos. Veja a tabela:
Nunca é demais relembrar que a audição, uma vez perdida, está perdida.
O ruído na condução normal de uma motocicleta gira em torno de 115 decibeis, suficiente para causar comprometimento auditivo. Em marcha lenta uma moto produz cerca de 80db. O assunto, portanto, é de suma importância.
Como evitar danos? Primeiro, muito cuidado na escolha do capacete. Diferentes modelos de capacete produzem diferentes níveis de ruído. Segundo e o mais importante: use protetores auriculares. Esses protetores devem ser do tipo descartável, como os usados por pilotos profissionais, e deve ter capacidade de redução de cerca de 30db, para um mínimo de eficiência.

O modelo mais conhecido e o mais utilizado é feito de uma espuma macia e é mais prático que o tipo feito com silicone, muito mais utilizado por nadadores. Algumas pessoas preferem os de silicone que, por serem moldáveis, ficam mais confortáveis, principalmente para aqueles cuja "anatomia de orelha" é peculiar.
Cabe lembrar também que esse tipo de protetor é muito útil inclusive em viagens de avião. Pode ser necessário um período de adaptação a eles, mas os benefícios são muito mais amplos do que o desconforto. 

A utilização de fones não isenta o motociclista do uso de protetores. Fones não só não bloqueiam o ruído, como adicionam mais, se utilizados para ouvir música, o que convenhamos não é recomendável - e até proibido - quando se conduz uma motocicleta.
A colocação desses protetores é simples. Primeiro tenha o cuidado de manusear os protetores com as mãos limpas. Se o protetor for do tipo rolável, de uso único, role-o entre os dedos até que ele se alongue e diminua de espessura. Com uma mão por trás da cabeça, puxe a orelha para trás e insira o protetor no canal auditivo, girando-o, sem introduzi-lo demasiadamente. Alguns pilotos usam saliva para facilitar a colocação. Para retirá-lo, basta puxar a orelha e retirá-lo girando.
Apesar da recomendação de uso único, algumas pessoas reutilizam esses protetores. Tenha o cuidado de lavá-lo com água quente e deixá-lo secar. Não é o ideal, pois impurezas podem ficar presas ao material, mas se o motociclista não tiver pares de protetores suficientes para a viagem, a lavagem diária pode ajudar. Não utilize álcool, que estraga esse tipo de material, podendo causar esfarelamento.
O desconforto inicial será amplamente recompensado pela ausência de zumbido ao fim da viagem.
Seja esperto, proteja sua audição.