sexta-feira, 10 de maio de 2019

Andar de moto é perigoso. É?

Quem nunca ouviu essa frase quando o assunto moto vem à tona? Ela vem seguida da discussão clássica entre os que defendem esse maravilhoso veículo e aqueles que acham coisa de maluco.
Li um artigo recentemente assinado pelo Marcelo Barros, da revista Motociclismo, no qual ele trata  da importância da moto na mobilidade urbana. Ele diz que sempre que o assunto aparece alguém diz que é perigoso e então propõe outro ângulo para a discussão, que gira em torno do quanto se pode economizar em tempo e dinheiro quando se opta pela moto como meio de transporte numa cidade como São Paulo.  Tem seus riscos? Sim, claro. Mas quantas histórias já se ouviu de acidente envolvendo táxis, ou de gente que foi atropelada no ponto de ônibus, pelo próprio? E as vantagens, são muitas. Quem não gostaria de passar uma horinha que seja a mais com seu filho ou fazendo qualquer outra coisa?
Bem, o jornalista elencou as vantagens de tempo e dinheiro que a moto proporciona, num determinado conjunto de situações - vantagens inegáveis, diga-se de passagem.
Mas aí eu acabei matutando sobre esses e outros pontos.

Andar de moto, como qualquer outra coisa que se faça na vida, está sujeito a fatores sobre os quais temos algum controle e outros sobre os quais temos pouco ou nenhum controle. Para fins de argumento, digamos que não temos controle algum sobre esse segundo grupo de fatores.

Quando indagamos a esses receosos sobre o que eles acham perigoso na moto, as respostas vem na linha do "ah, é mais vulnerável, né?", ou "é fácil de cair", ainda que a pessoa nunca tenha subido em uma moto.  Veja que a primeira justificativa, a da vulnerabilidade, tem a ver com fatores sobre os quais não temos controle: um carro desgovernado, motorista distraído, etc.

E sobre o quê, exatamente, temos controle? Nosso nível de habilidade ao guidão, o tipo e estado do nosso equipamento de segurança, as condições mecânicas dos nossos veículos, nossa condição psicológica durante a condução. Em outras palavras, você pode controlar tudo o que diz respeito à sua segurança ativa e passiva. Dá para se machucar se um carro nos abalroar? Claro que sim, andar equipado não é solução definitiva, mas andar sem equipamentos é garantia de lesões graves, bem mais graves.
E quanto aos fatores sobre os quais não temos controle? Por que se preocupar se você não tem controle sobre eles? Se essa é uma boa justificativa para não andar de moto, também o é para não fazer um monte de outras coisas.
Não se preocupe com o que é imprevisível, mas prepare-se adequadamente, qualquer que seja o caso. E aí, voltamos ao que podemos controlar: pilotar sempre equipado, escolher bem os equipamentos, manter a moto em boas condições de rodagem, estar sempre atento a tudo à sua volta, concentrar-se na pilotagem. Moto é tão perigosa quanto viver. E ela não cai, o piloto é que derruba.
Keep on riding. Pilote sempre equipado.

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