quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Goodbye. Hello.

E chegou o dia da despedida. Lá se vai a Branca.

Há quem estranhe o apego que temos com nossas companheiras mecânicas. Para nós, elas são mais que um amontoado de metal e plástico. Algumas nós amamos de paixão, outras odiamos com todas as forças - e juramos jamais comprar outra daquela marca - e ainda há as que passam quase sem deixar marcas. Essas histórias tem começo, meio e fim. A Juju, a Fazer 250 vermelha, marcou o importante recomeço no mundo das duas rodas depois de mais de uma década sem pilotar. Nunca perdi o interesse no assunto, li revistas e mais revistas e me mantive atualizado. Voltei com a marca de coração no que classifico como uma compra óbvia, mas pensada. Ótima moto, equilibrada, econômica. Troquei-a quando sua substituta apareceu mais moderninha.
E veio a Branca, a XJ6n 2010. Ralis, viagens, muitos passeios. A Branca nunca me deixou na mão - tirando uns pneus furados - e se mostrou igualmente econômica, ágil, equilibrada. A adaptação foi rápida e indolor. Acessórios foram adicionados à medida em que eu precisei, como na viagem para Rio das Ostras, quando ela recebeu bolsa de tanque e alforges.

Em seguida, o baú, solução odiada por muitos porque "estraga o design (oi!?) e o visual da moto". Questão de opinião.

Quem usa a moto no dia-a-dia como eu, sabe da utilidade que é ter aquela caixa ali na traseira. Branca suportou galhardamente os abusos na viagem a Gramado, na qual até um rali de 42 quilômetros nós enfrentamos.
E ela saiu dali com um retentor de bengala danificado. E só.

Houve um momento em que eu achava que a Branca era exatamente o que eu precisava e que não me via trocando mais de moto. Mas...ser humano é bicho esquisito e logo me vi desejando outra. E aí? Estica de cá, puxa de lá, bola daqui, planeja dali e ainda financia um montão - e aproveita o bônus de 2 mil - e lá estava a substituta na garagem.
Ainda sem nome, a Triumph Tiger 800 XRX Low Seat azul foi a escolhida. Sempre tive uma queda pelas aventureiras/big trails. Minha constituição desavantajada nunca me permitiu. Faltava perna. Claro, conheço muito baixinho que mexe e mexe e adapta e acaba utilizando essas motonas, mas sou muito preocupado com a praticidade porque a moto faz parte do meu cotidiano. Poder manobrá-la com facilidade é essencial. A Low Seat - assento baixo - foi pensada para gente como eu. Equipada com suspensões de menor curso e banco rebaixado (regulável em duas alturas), ela permite aos de menor estatura colocar os dois pezinhos no chão e até permite alguma alavanca nas manobras.
Com 95cv e 8kgfm, o tricilíndrico incomoda no início.

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Com um zumbido alto, ele destoa dos tetra japoneses e esquenta um bocado. Bem equipada: controles de aceleração e tração, ABS comutável, três modos de condução, cruise control, painel completo com computador de bordo, é uma moto que agrada na cidade e vai fazer bonito na estrada. Aqui na foto já equipada com o baú, para cuja instalação utilizei a base original dele e uma chapa adaptadora, da Chapam. Para maior conforto da minha adorada garupa, coloquei o apoio no baú. Também da Chapam, o protetor de motor, que pode receber pedaleiras para as viagens. E só. Por causa do escape gigantesco não vai ser possível utilizar os alforges que já possuo. Não sem antes instalar um afastador ou um suporte de malas rígidas. Essas podem vir a ser adquiridas numa eventual viagem aos Estados Unidos. Já escolhi o modelo, mas ainda tem espaço para manobras. No momento não há alterações que eu queira fazer, apesar de considerar trocar as lâmpadas do farol pelas super brancas da Philips.