sábado, 7 de março de 2020

Scooter life

Ainda não mencionei neste espaço que a garagem de casa ganhou novo elemento no ano passado Apresento Stuart, nosso Honda SH 150i.
Stuart, todo exibido em frente ao Cine Drive-In
Há algum tempo eu venho tentando convencer a minha metade não-motociclista (aka minha esposa) a tirar habilitação de moto e comprar um scooter, já que o trajeto casa-trabalho que ela faz tem pouco mais de 4 quilômetros.
Ficou meio indecisa por uns tempos, mas no ano passado algo fez com que ela se decidisse por dar uma chance às duas rodas.
Visitamos concessionárias Honda e Yamaha e apresentei a ela os modelos que achei que poderiam ser boas opções, a saber: Honda Elite 125, PCX 150 e SH150; Yamaha Neo 125 e NMax 160.
Honda Elite 125

Honda PCX 150

Honda SH 150i

Yamaha Neo 125

Yamaha NMax 160
Tentei analisar friamente as opções para fazer uma compra racional. Assim, minhas escolhas seriam PCX ou NMax. A primeira é líder no mercado mas descobri horrorizado que o seguro para o meu perfil, em Brasília, fica cerca de R$ 1000,00 mais caro que o da NMax e da SH.
Elite, SH e Neo tem a vantagem de serem step-thru, ou seja, não tem um tanque de combustível no meio das pernas na forma de um túnel. Para mulheres, especialmente, acredito que sejam os modelos mais indicados. Cheguei a ver pessoalmente o Kymco Agility e, apesar de este ter várias características que me agradam, o preço e a falta de boas avaliações no mercado me fizeram fugir do modelo.
Kymco Agility 16+ 200i
Levando em consideração as condições de nossas ruas, preferi concentrar a busca nos modelos com rodas maiores. Brasília está mais bem servida de ruas em melhores condições que muitas cidades do país, mas também temos nossas mazelas. As rodas maiores também dão mais segurança, principalmente para quem está começando, apesar de, psicologicamente, iniciantes preferirem scooters com rodas pequenas, por parecerem inofensivos.
Preferi deixar que ela fizesse a escolha do modelo e apenas esclareci as diferenças entre eles. Sentou-se em todos, experimentou a altura, viu o espaço embaixo dos assentos, analisou equipamentos.
Ao fim das visitas, perguntei qual tinha sido o favorito. A resposta foi "gostei muito do NMax, pois parece mais enxuto, mais magro que o PCX, além de ter rodas um pouco maiores e freios ABS nas duas rodas". Então perguntei: se for para bater o martelo, qual será? Ela:"O SH. Por causa das rodas, do ABS e do espaço para as pernas".
Eu achei que ela não simpatizaria com o SH por causa da altura. Mas aí era eu, o baixinho, achando que ela, um pouco mais alta que eu, se sentiria insegura com isso.
Escolheu cor, placa e nome. Isso foi em outubro. Desde então venho alternando o uso do Borges, da Dory e do Stuart.
Bia se saiu super bem na primeira volta. O scooter é de condução muito fácil e muito estável também.
A média de consumo tem ficado em torno de 40 km/l, com picos de 42 km/l. Argumento difícil de derrubar.


O dia-a-dia
Venho utilizando o SH principalmente para meu trajeto de cerca de 6 quilômetros entre casa e trabalho, além de outras incursões urbanas. Minha primeira impressão com ele foi boa, mas o câmbio CVT requer um pouco de costume, pois sempre parece meio amarrado. Passado o período de amaciamento, o scooter parece mais solto. O que de início parece ser um comportamento amarrado, percebe-se com o uso tratar-se de uma característica bem-vinda. Ele acelera bem e garante boas saídas dos semáforos, colocando você confortavelmente à frente do trânsito. O comportamento das suspensões me incomoda um pouco, pois é calibrado com certa firmeza. Andando com garupa essa impressão some e ele fica bastante confortável. Peso cerca de 58 quilos e por isso acho o scooter meio duro, principalmente a frente. Não sei como seria utilizá-lo em ruas em mau estado. Ele freia bem, e meu instinto de motociclista me faz sempre usar mais o dianteiro. Como ele tem boa parte do peso atrás (motor, tanque), o freio traseiro parece morder com mais força. O espaço embaixo do banco é bom, mas não mais que isso. O modelo lançado no fim do ano passado na Europa corrigirá isso, pois a Honda posicionou o tanque no escudo frontal (solução utilizada pela Kymco no Agility) o que liberou o espaço sob o banco e aumentou muito a capacidade dele. A Bia disse não querer mais que o espaço sob o banco, mas instalei um bauleto de 33 litros assim mesmo. Vou deixar para que ela avalie a necessidade de pára-brisa, pois um kit da Givi não sai por menos de R$ 500,00. 
Para quem está acostumado com moto, o painel fica em posição estranha. Normalmente eu preciso abaixar um pouco a cabeça para conseguir ver o painel. Esse problema talvez suma com o uso de capacete aberto. O farol em LED e a DRL impressionam quem o vê, mas a iluminação não é nada fora do comum. Achei os retrovisores ruins, ainda tenho dificuldades em regulá-los para que mostrem o máximo do trânsito atrás de mim e menos dos meus braços.
Andar com pouco combustível, não se preocupar muito em dias de chuva, ter a segurança das rodas maiores e freios ABS, ter agilidade no trânsito: se esses pontos são importantes para você, o SH 150i é uma opção a se considerar.