terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Borges ressurge

Borges foi trazido de volta em agosto de 2018. Chegou aqui meio aos trancos e barrancos, mas fez as normais 14 horas para cobrir os 1000 quilômetros que separam Pirapozinho/SP de Brasília. Minha esposa se aventurou comigo.
Ao chegar comecei a perceber várias coisas que não estavam muito legais no carro, conforme contei aqui.
Bem, fiquei meio desgostoso de andar com o carro e ele acabou meio abandonado, coitado. Há alguns meses venho tentando fazê-lo funcionar, mas nada dava certo. Em dezembro decidi que iria retomar os trabalhos e terminá-los em até seis meses. Consegui finalmente fazê-lo funcionar e o tirei da garagem, com cuidado pois ficou sem freio durante o tempo que permaneceu sem uso. Dormiu no estacionamento externo por uma semana, quando chamei uma plataforma para levá-lo para o Zé do Fusca, no Guará.


O seu Zé me ligou alguns dias depois dizendo que o carro estava pronto, mas que eu teria que trocar o carburador e a bateria.
No sábado seguinte, passei numa loja local e adquiri um Brosol novo e levei para o seu Zé. Lá ele me explicou que trocou a bomba de combustível (provável culpada pelas duas falhas na viagem de volta) também da Brosol e o cilindro mestre do freio (TRW). Fez a limpeza do carburador e verificou se havia entupimentos da linha de combustível até o tanque. Mas o carburador original já não segurava a regulagem, o que foi solucionado com a troca do componente.

                    

Recebi algumas dicas do Seu Zé sobre onde poderia resolver os demais problemas, todos eles pequenos, mas alguns chatinhos de resolver, como a colocação das pestanas internas das portas. Em termos de carroceria, preciso achar um bom funileiro que tenha experiência com esses carros, para fazer o alinhamento das portas e do capô. Apesar de ser possível fazê-lo com o auxílio de vídeos, como os que o Marcelo Tonella publica no seu canal no YouTube, prefiro entregar esse tipo de serviço a profissionais.
O cheiro de gasolina, principalmente com o tanque cheio, me fez buscar as possíveis causas. A maioria aponta para dois principais culpados: bóia e respiro do tanque.
Um exame rápido revelou que havia uma poça de gasolina na parte externa da bóia. Apesar de ser possível o diagnóstico e reparo, a bóia original da VDO saiu por meros R$ 50,00 em loja especializada local. Não tem porque não trocar. Troquei e a melhora foi sensível, mas ainda há um resquício de cheiro de combustível dentro do carro.
Segui pesquisando e descobri que o respiro do tanque do Borges não está de acordo com o original, tendo um "atalho" feito entre o segundo respiro e a saída, próximo à caixa de roda. Notei que a peça em "Y", que fica próximo do bocal e de onde deveria sair uma mangueira, está quebrada e alguém deve ter providenciado o "atalho". Assim, comprei a peça em "Y", a conexão em "T" que vai ficar perto do painel elétrico e e algumas outras pequenas peças e borrachas que pretendo trocar. Ainda tenho vários metros de mangueira que comprei para recompor o sistema do esguicho e verei se dá para usá-la como respiro. Espero assim resolver a questão do cheiro. Devo substituir, ainda, os dutos coletores de ar que vai para a cabine, que estão, acredito, muito curtos. A borracha da caixa coletora estava em péssimo estado e foi substituída e a caixa lavada.

Outros pequenos reparos foram a instalação das mangueiras do morcegão - aquela peça de plástico que fica presa à tampa do motor, para coletar água - ausentes sabe Deus desde quando, troca das borrachas do interruptor de luz das portas e das gradinhas das entradas de ar do painel.


Nova borrachinha (original) instalada

À esquerda a borracha nova, antes de ser instalada no eixo do limpador.
 

Acima, observe que usaram, na montagem, um parafuso de madeira, no lugar do parafuso adequado. Felizmente não estragou a rosca. Abaixo, a gradinha da entrada de ar, antes e depois.

 

No domingo antes do recesso de Natal levei o Borges para exercitar um pouco os pulmões e coração novo. Fui daqui até Formosa/GO (cerca de 80 quilômetros de distância), pela BR-020. Senti uma melhora no fôlego dele, mas ainda sofre para manter os 80 km/h em subidas, o que fazia sem problemas até 2017, quando o levei para começar a restauração.
Mas o motor está funcionando redondinho:


Os próximos grandes trabalhos fora a recolocação de canaletas e pestanas e de reparo nas máquinas de vidro, serão a revisão elétrica e a reforma do estofamento e forração interna, superior e inferior.

Cabe ressaltar que os preços de peças para carros antigos podem atingir níveis absurdos. A tal peça em "Y" que adquiri para recompor o respiro foi encontrada no Mercado Livre. Custa R$ 60,00!!  A mesma peça, para o Fusca Itamar, Gol e afins, saiu por R$ 23,00. Peças de estoque original, então, nem se fala. Aí vai da preferência e do projeto. Há aqueles que querem o carro absolutamente original e que estão dispostos a pagar por isso. Cada um na sua, mas acho que na maioria das vezes, não vale. Vejam, estou recompondo a originalidade do Borges, mas não por razões de valor ou coisa que o valha. No caso do respiro, a solução que encontraram no passado não está dando resultado. Não compro esse papo de que Fusca que não cheira a gasolina não é Fusca. Baboseira. Fusca que cheira a gasolina é Fusca mal mantido, com problemas. Aliás, carro nenhum foi feito para cheirar a gasolina no habitáculo.
Em breve atualizarei o post com fotos dos serviços que foram feitos.

xx -- xx

Fotos postadas, acima. Nesse mesmo dia, saí com o Borges para uma volta e, para minha intranquilidade, descobri que o freio abaixou de novo. Aparentemente a última sangrada que o seu Zé fez ainda não foi suficiente, ou tem alguma outra coisa errada. No próximo sábado, levarei para uma verificação.

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