Eu matuto sobre esse tema há algum tempo. A cada notícia demonizando motos e seus condutores, a cada cara feia que recebo no trânsito, fico pensando de onde vem essa indisposição.
Cena: semáforo fechado. Motos e carros se embolam lá na frente. Luz verde. A moto sai (bem) na frente. Corta para dentro do carro e o motorista comenta com mau humor: "lá vai o motoqueiro maluco, esses caras só andam no pau".
Essa cena ilustra bem o que vou abordar: a percepção dos motoristas sobre o que é andar de moto. Veja, tenho moto e carro e utilizo bem mais a moto. Só de pensar em enfrentar trânsito de carro, busca por vaga para estacionar, demora para ir de A a B, me dá coceira.
Mas falando da percepção, nessa guerra entre motoristas e motociclistas não há mocinhos ou bandidos. Há bons e maus conduzindo ambos os tipos de veículo. Mas eu entendo, porque sou os dois. Mas, quem apenas se move de carro, tem outra ideia. Quando uma moto sai no semáforo, ainda que o motociclista não faça força e acelere gradativamente, ela vai arrancar mais rápido que qualquer carro. O carro, para acompanhar, deve acelerar mais do que o normal. E aí é onde a percepção do motorista entorna o caldo do mal-entendido. Para ele, a moto saiu com tudo, como sempre acontece com "esses motoqueiros". Só que, na verdade, a moto está apenas usufruindo da característica técnica de ser mais ágil, ter melhor relação peso/potência. Veja: meu carro tem motor 1.8 de 140 cv e pesa cerca de 1700 kg. A moto, de 800 cc, ou 0.8, desenvolve 95 cv e pesa pouco mais de 200 kg, em ordem de marcha. Vejamos: no carro, cada cavalo tem de carregar 12 kg. Na moto, esse valor cai para 2 kg. Então, obviamente, a moto vai ter muito mais facilidade para arrancar que o carro.
Quando estou nas ruas, de moto, me preocupo constantemente em como sou percebido no trânsito, como os outros motociclistas e motoristas me veem. Por isso nunca me aproximo de um carro em velocidade muito mais elevada que a dele, pois preciso dar a ele tempo de me ver nos retrovisores e perceber que estou me aproximando com cautela. Utilizo os piscas com antecedência e estou ciente da posição mais baixa deles. Se uso o corredor, faço-o de maneira cautelosa, como deve ser, pois a pior estratégia de marketing para nós motociclistas é o susto que alguns "companheiros" dão nos motoristas. Entenda que, com o trânsito parado, muitos motoristas deixam de prestar atenção aos retrovisores e acabam se assustando com nossa "súbita aparição". Não estou fazendo acusações nem isentando ninguém de responsabilidade, mas o convívio pacífico no trânsito tem que acontecer de alguma forma e alguém tem que ceder, não adianta ficarmos nessa picuinha eterna e na política do "se me fechar eu fecho também". Tem muito motorista por aí que, na hora da raiva, esquece que está cercado por carroceria e que o motociclista é mais vulnerável e acaba causando um acidente grave.
Não interessa se tem razão ou não, assim como não interessa se você foi fechado por alguém falando ao celular, arrancar o retrovisor dele (a) só vai causar prejuízo financeiro. Melhor fazer um exame mental rápido e concluir que não vale a pena. Se num corredor você perceber que um motorista abriu um tiquinho de espaço, não seja babaca, dê um aceno de mão ou de cabeça, agradeça. Se ele abriu porque é gentil ou porque tem medo de perder o retrovisor não é o cerne da questão. Ele abriu, pronto. Agradeça e siga seu caminho. Acredito que, com o tempo e atitudes positivas, todos lucramos. Alguém tem que começar a ser gentil no trânsito, porque não nós, que somos os mais afetados? Abraços e sigam com segurança, pois melhor do que chegar rápido, é chegar.
Cena: semáforo fechado. Motos e carros se embolam lá na frente. Luz verde. A moto sai (bem) na frente. Corta para dentro do carro e o motorista comenta com mau humor: "lá vai o motoqueiro maluco, esses caras só andam no pau".
Essa cena ilustra bem o que vou abordar: a percepção dos motoristas sobre o que é andar de moto. Veja, tenho moto e carro e utilizo bem mais a moto. Só de pensar em enfrentar trânsito de carro, busca por vaga para estacionar, demora para ir de A a B, me dá coceira.
Mas falando da percepção, nessa guerra entre motoristas e motociclistas não há mocinhos ou bandidos. Há bons e maus conduzindo ambos os tipos de veículo. Mas eu entendo, porque sou os dois. Mas, quem apenas se move de carro, tem outra ideia. Quando uma moto sai no semáforo, ainda que o motociclista não faça força e acelere gradativamente, ela vai arrancar mais rápido que qualquer carro. O carro, para acompanhar, deve acelerar mais do que o normal. E aí é onde a percepção do motorista entorna o caldo do mal-entendido. Para ele, a moto saiu com tudo, como sempre acontece com "esses motoqueiros". Só que, na verdade, a moto está apenas usufruindo da característica técnica de ser mais ágil, ter melhor relação peso/potência. Veja: meu carro tem motor 1.8 de 140 cv e pesa cerca de 1700 kg. A moto, de 800 cc, ou 0.8, desenvolve 95 cv e pesa pouco mais de 200 kg, em ordem de marcha. Vejamos: no carro, cada cavalo tem de carregar 12 kg. Na moto, esse valor cai para 2 kg. Então, obviamente, a moto vai ter muito mais facilidade para arrancar que o carro.
Quando estou nas ruas, de moto, me preocupo constantemente em como sou percebido no trânsito, como os outros motociclistas e motoristas me veem. Por isso nunca me aproximo de um carro em velocidade muito mais elevada que a dele, pois preciso dar a ele tempo de me ver nos retrovisores e perceber que estou me aproximando com cautela. Utilizo os piscas com antecedência e estou ciente da posição mais baixa deles. Se uso o corredor, faço-o de maneira cautelosa, como deve ser, pois a pior estratégia de marketing para nós motociclistas é o susto que alguns "companheiros" dão nos motoristas. Entenda que, com o trânsito parado, muitos motoristas deixam de prestar atenção aos retrovisores e acabam se assustando com nossa "súbita aparição". Não estou fazendo acusações nem isentando ninguém de responsabilidade, mas o convívio pacífico no trânsito tem que acontecer de alguma forma e alguém tem que ceder, não adianta ficarmos nessa picuinha eterna e na política do "se me fechar eu fecho também". Tem muito motorista por aí que, na hora da raiva, esquece que está cercado por carroceria e que o motociclista é mais vulnerável e acaba causando um acidente grave.