quinta-feira, 27 de julho de 2023

Dia do Motociclista: nascemos ou nos tornamos motociclistas?

 27 de julho marca o dia do motociclista. Essa figura tantas vezes admirada e outras tantas vilipendiada. "Sou motociclista, não motoqueiro", dizem uns. "É tudo a mesma coisa", dizem tantos outros, inclusive este escriba.

No já distante ano de 2008 voltei a andar de moto, depois de muitos anos. 
Juju, minha Yamaha Fazer 250.

Figura admirada porque muitos falam de nossa "coragem" de encarar o dia-a-dia ou uma longa viagem de moto. Vilipendiada por conta de muitos que só fazem borrar a fama, por causa de manobras radicais e outras estripulias.

No já distante ano de 2014, com a Branca, minha bela Yamaha XJ-6n

O fator que nos une - e que também nos separa - é exatamente o veículo motocicleta. Uns por paixão, outros por necessidade. Tem os "modinha" também, mas não vale a pena gastar saliva (ou a ponta dos dedos) com esses. Nos une pelo simples prazer de andar de moto, de curtir a paisagem, viajar para lugares distantes, dar aquela voltinha no fim-de-semana, de ter a moto como meio de transporte e/ou ferramenta de trabalho. Nos separa porque, como seres humanos, nos atraímos pelas diferenças; nos dividimos em tribos; fazemos questão de dar opinião, de passar julgamento, de achar que há só um jeito certo ou um tipo de moto ideal. Quem é motociclista (ou motoqueiro) sabe do que estou falando. Quem anda de "custom" (como nos referimos às roadsters no Brasil), quem anda de "big trail" (termo meio defasado, menos adequado que o internacional "adventure"), os "spideiros", adeptos das motos esportivas. Em comum todos tem um certo desprezo pelos outros, enquanto consideramos as características de suas motos e do que os move. 

Na primeira viagem com ela, em 2012, indo para Rio das Ostras/RJ
Estrada de Teresópolis.

Parece que fazemos força para esquecer que, em comum, todos temos esse maravilhoso veículo de duas rodas, seja como ferramenta de trabalho, como mero meio de transporte, brinquedo de fim-de-semana ou pau-pra-toda-obra. Ficamos julgando o sujeito que comprou uma adventure, mas prefere andar só no asfalto; não cumprimentamos o entregador parado do nosso lado no semáforo a bordo de sua surrada 150cc, com capacete em estado de quase decomposição e jaqueta desgastada pelo sol e pelas longas horas; usamos frases como "scooter não é moto", "custom é cadeira de rodas". E nem vou mencionar o quanto somos misóginos, mesmo com a presença maciça de mulheres ao guidão, de norte a sul, leste a oeste.

E meu ponto é bem simples: deixemos de julgamentos bobos. Somos todos motoqueiros e motociclistas. Cada um do seu jeito, com suas preferências, com sua moto ideal. Uns andam em grupos, outros são lobos solitários. Em comum exatamente a mesma coisa: gosto por andar de moto.

Com Bia, na Dory, minha Tiger XRX800

Não acho que nascemos motociclistas. Sou, slvo melhor juízo, o primeiro motociclista da minha família inteira. Definitivamente não nasci motociclista. Tenho amigos que não andam de moto e são os únicos em suas famílias de motociclistas. Nasceram e cresceram no meio, sem a menor vontade ou aptidão para a coisa.

Acredito que, sim, adotamos a moto. Primordialmente por pura paixão, mas pode ser por necessidade, tanto faz.
Tanto. Faz.

Com a Virgínia (Tiger 900GT), em 2021, na primeira voltinha em estrada, ainda amaciando.

Feliz dia do motociclista! (agora desliga o celular e vá rodar).

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