27 de julho marca o dia do motociclista. Essa figura tantas vezes admirada e outras tantas vilipendiada. "Sou motociclista, não motoqueiro", dizem uns. "É tudo a mesma coisa", dizem tantos outros, inclusive este escriba.
No já distante ano de 2008 voltei a andar de moto, depois de muitos anos. Juju, minha Yamaha Fazer 250. |
Figura admirada porque muitos falam de nossa "coragem" de encarar o dia-a-dia ou uma longa viagem de moto. Vilipendiada por conta de muitos que só fazem borrar a fama, por causa de manobras radicais e outras estripulias.
No já distante ano de 2014, com a Branca, minha bela Yamaha XJ-6n |
O fator que nos une - e que também nos separa - é exatamente o veículo motocicleta. Uns por paixão, outros por necessidade. Tem os "modinha" também, mas não vale a pena gastar saliva (ou a ponta dos dedos) com esses. Nos une pelo simples prazer de andar de moto, de curtir a paisagem, viajar para lugares distantes, dar aquela voltinha no fim-de-semana, de ter a moto como meio de transporte e/ou ferramenta de trabalho. Nos separa porque, como seres humanos, nos atraímos pelas diferenças; nos dividimos em tribos; fazemos questão de dar opinião, de passar julgamento, de achar que há só um jeito certo ou um tipo de moto ideal. Quem é motociclista (ou motoqueiro) sabe do que estou falando. Quem anda de "custom" (como nos referimos às roadsters no Brasil), quem anda de "big trail" (termo meio defasado, menos adequado que o internacional "adventure"), os "spideiros", adeptos das motos esportivas. Em comum todos tem um certo desprezo pelos outros, enquanto consideramos as características de suas motos e do que os move.
Na primeira viagem com ela, em 2012, indo para Rio das Ostras/RJ Estrada de Teresópolis. |
Parece que fazemos força para esquecer que, em comum, todos temos esse maravilhoso veículo de duas rodas, seja como ferramenta de trabalho, como mero meio de transporte, brinquedo de fim-de-semana ou pau-pra-toda-obra. Ficamos julgando o sujeito que comprou uma adventure, mas prefere andar só no asfalto; não cumprimentamos o entregador parado do nosso lado no semáforo a bordo de sua surrada 150cc, com capacete em estado de quase decomposição e jaqueta desgastada pelo sol e pelas longas horas; usamos frases como "scooter não é moto", "custom é cadeira de rodas". E nem vou mencionar o quanto somos misóginos, mesmo com a presença maciça de mulheres ao guidão, de norte a sul, leste a oeste.
E meu ponto é bem simples: deixemos de julgamentos bobos. Somos todos motoqueiros e motociclistas. Cada um do seu jeito, com suas preferências, com sua moto ideal. Uns andam em grupos, outros são lobos solitários. Em comum exatamente a mesma coisa: gosto por andar de moto.
Com Bia, na Dory, minha Tiger XRX800 |
Não acho que nascemos motociclistas. Sou, slvo melhor juízo, o primeiro motociclista da minha família inteira. Definitivamente não nasci motociclista. Tenho amigos que não andam de moto e são os únicos em suas famílias de motociclistas. Nasceram e cresceram no meio, sem a menor vontade ou aptidão para a coisa.
Acredito que, sim, adotamos a moto. Primordialmente por pura paixão, mas pode ser por necessidade, tanto faz.
Tanto. Faz.
Com a Virgínia (Tiger 900GT), em 2021, na primeira voltinha em estrada, ainda amaciando. |
Feliz dia do motociclista! (agora desliga o celular e vá rodar).
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