Virgínia, ainda na concessionária |
Eu lhes apresento: Virgínia, substituta da Dory, minha valente (e agora vendida) Tiger XRX low seat.
Após a apresentação da moto e minha avaliação, explicarei porque acabei comprando a 900GT e não a XRt 800, como tinha planejado.
Radiador bipartido e protetor de cárter menor |
Hoje encerrei a primeira parte do amaciamento, que limita a 5000 os giros máximos nos primeiros 480 quilômetros. Até a primeira revisão o limite sobe para 6000 giros. A 120 km/h a 900 gira a cerca de 4800 rpm, o que credito ao novo motor, com seu regime de funcionamento que pretende imitar um motor crossplane. Ele definitivamente soa um pouco como um bicilíndrico.
A bolha, mais estreita, tem um ótimo sistema de acionamento |
O design não consegue esconder que trata-se de uma Triumph Tiger. Alguns elementos, como o painel de TFT de 7" e os piscas em LED já estavam presentes em modelos mais recentes (pós-2019) da 800. Uma pena a 900 ter perdido a assinatura traseira composta pelas duas linhas de LED verticais que deixava a Tiger inconfundível. Na frente o farol de LED acende só o lado direito quando no facho baixo, diferentemente do anterior, que acendia ambos em ambos os fachos, o que ajudava a identificar a moto. Ainda tenho que me lembrar de trocar do facho baixo para o DRL quando saio da garagem.
Punhos de luz rearranjados e alguns pontos negativos que identifiquei na 800 foram resolvidos. O punho direito perdeu os botões do cruise control, ganhou o do pisca alerta (aleluia, porque na 800 ele ficava, bizarramente, no painel). O corta-corrente e botão de partida são agora parte de uma peça única. Há relatos de que em alguns modelos esse tipo de botão tem apresentado problemas. O punho direito ainda traz o botão "home", que permite o acesso ao menu de configurações no painel.
O punho esquerdo traz agora o botão único para acionamento do cruise control, botão dos modos de condução - que na 800 ficava no painel, joystick para navegação, comutador para o DRL e facho baixo do farol, e à frente do punho ficam os botões para os faróis auxiliares e bancos aquecidos, quando instalados, e o lampejador.
Nos manetes, ainda há regulagem. A do manete de embreagem permanece o mesmo sistema, com cinco posições. Já o do freio melhorou, pois um parafuso permite regulagem milimétrica e tem acionamento muito fácil.
Brembo Stylema e suspensão Marzocchi |
Falando em freios, na dianteira encontramos as pinças Brembo Stylema, desenvolvidas para uso em superesportivas como a Ducati Panigale V4, entre outras. Muita progressividade, com pouquíssimo esforço. Na traseira as coisas não vão muito bem. A pinça Brembo substituiu, como na dianteira, a pinça Nissin. O pedal está muito baixo e quase não consigo sentir o freio traseiro funcionando. Vou tentar a regulagem do pedal - que não consta do manual, mas existe - e ainda a compressão do pedal por 30 minutos, para eliminar eventuais bolhas de ar.
Pinça Brembo e o escape mais compacto |
Parafuso de ajuste da compressão |
Ajustador da pré-carga da mola |
Agora talvez seja um bom momento para explicar minhas razões para trocar de moto. Quando adquiri a XRX não pesquisei adequadamente todos os detalhes técnicos, confesso. Assim, não prestei atenção a um item muito importante e constantemente ignorado: carga útil. Esta dita o máximo de peso recomendado, contando piloto e garupa equipados e bagagem. Cabe assinalar ainda que o vendedor também não me alertou para esse detalhe. Conversando com outros proprietários do modelo rebaixado, descobri que ninguém atentou para esse ponto ou foi sequer alertado pelo vendedor. E é um detalhe importante, principalmente para quem pretende viajar com garupa e bagagem. Já o fiz várias vezes e nessas viagens as limitações da moto ficaram bem claras: batidas de fim de curso na frente e atrás, pedaleiras raspando e a moto perigosamente próxima do solo. E há que se mencionar ainda o fato de que 140kg é muito pouco. Assim, decidi que a próxima moto não seria uma low seat.
O painel de TFT é claro na maior parte do tempo. Nas fotos aparece o display de baixa luminosidade, que é ativado automaticamente quando a moto está em local de baixa luminosidade (estava na sombra). Em condições normais, entra o modo de alta luminosidade.
A principal diferença para mim é, obviamente, no quesito suspensões. Apesar de certa dureza em alguns tipos de imperfeições no asfalto, no geral, a moto é bem mais confortável e o rodar mais macio. Às vezes parece que a moto flutua. A dianteira, Marzocchi, ainda precisa de um ajuste fino, pois afunda demais nas frenagens.
A bolha, apesar de parecer mais estreita que a da 800, protege mais. Primeiro que ela sobe mais - o ajuste manual é muito prático e fácil de usar - e possui dois defletores nas laterais, além de uma fresta na altura do painel, que permite a passagem de ar, sem aumentar a turbulência. Até agora, sem reclamações nesse departamento.
Não é um mau lugar para se estar |
A diferença de preço entre elas é de R$ 8 mil. Por esse valor a mais, o comprador leva: ajuste automático e eletrônico das suspensões, punhos de luz retro-iluminados, pacote de conexão Bluetooth no painel (controle de Go-Pro, acesso ao aplicativo My Triumph, controle de música e chamadas, etc.), cavalete central, shift assist (que testei e funciona muito bem), bancos aquecidos e faróis auxiliares. Muito bem. Desses acessórios, apenas os punhos retro-iluminados e o controle eletrônico das suspensões não podem ser retro instalados. Do restante, confesso que apenas o shift assist e o cavalete central me interessam. Este vou adquirir da Chapam, muito mais barato e de ótima qualidade.
Não tenho muito interesse no ajuste das suspensões porque acredito que o sistema manual permite mais ajustes finos que os 4 ajustes pré-programados: piloto, piloto com garupa, piloto com bagagem e piloto com garupa e bagagem. O pacote de conectividade, num primeiro momento, parece interessante. Só que até agora ouvi muita reclamação sobre esse sistema. Não possuo - e nem pretendo possuir - uma GoPro. A navegação que o aplicativo My Triumph fornece é do tipo curva-a-curva, eficiente mas básica. Ora, com um suporte posso utilizar, sem problemas, meu telefone para esse fim. E, em viagens, o telefone fica mais tempo sem rede que conectado.
Assim, decidi que o equipamento presente na GT atende às minhas necessidades e, caso eu queira algo a mais, como o assistente de câmbio, sempre posso instalar separadamente.