quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

A primeira longa

Sei que para muitos 1000 quilômetros não pode ser considerada uma viagem longa. Entretanto, exige um bom grau de preparação, como qualquer viagem.
Esta teve um significado especial pois foi a primeira viagem longa (vem comigo, sem mimimi) da Bia, minha adorável melhor metade. E, foi também a mais longa feita com a Dory até agora. 
Decidimos passar o Natal em Pirapozinho/SP, onde vivem nossas famílias e resolvemos ir de moto.
São cerca de 1000 quilômetros que fizemos em dois dias.

ROTAS

Para a ida escolhemos ir por Uberlândia/MG e paramos para dormir em São José do Rio Preto/SP. Para evitar o trânsito das cidades satélites e do entorno do DF, saímos pela BR251 que vai de Brasília a Unaí/MG. Em seguida tomamos a DF130/GO436, conhecida na região como Estrada do Algodão. Esta nos leva direto até Cristalina/GO. De lá, tomamos a BR050. Depois de Uberlândia, via Prata/MG, pegamos a BR153. De São José do Rio Preto pega-se a SP425 (Assis Chateaubriand) até Pirapozinho.

Na volta foi tudo igual até Prata, mas seguimos na 153 até Goiânia, de lá BR060 até Brasília, e dormimos em Itumbiara/GO.

PREPARAÇÃO

A revisão da moto foi feita em outubro e, por essa razão, apenas verifiquei e lubrifiquei a corrente e completei os níveis de óleo e fluido de freios. Um exame rápido feito pelo Toninho constatou que as pastilhas ainda aguentariam esta viagem (foram trocadas no último fim-de-semana).
Fiz alguns testes com as malas e bolsas e a parte da bagagem foi completada com um par de tiras elásticas (Rok Straps) que prenderam a jaqueta impermeável durante toda a viagem. 
Preferi usar minha jaqueta Spidi ventilada em função do calor. Por isso levei a jaqueta da capa de chuva (Givi) presa à mala lateral para acesso fácil. A calça e as botas foram as mesmas velhas de guerra das últimas viagens (Spidi e Diadora). Serão trocadas este ano. Usei o Caberg Sintesi com intercomunicador.
O equipamento da Bia é todo novo: calça e jaqueta Rev´It, botas Forma, luvas X11 (mas ela acabou por usar as ASW de cross quase o tempo todo). O capacete dela é o NoRisk escamoteável no qual foi instalado o comunicador.
Para a bagagem, então, usamos: malas Givi Dolomiti de 36 litros cada, com bolsas internas; baú Givi de 47 litros com bolsa interna e bolsa de tanque com cacarecos de uso imediato.
Levei, ademais, spray de corrente e escova de limpeza, o kit de reparo de pneus com compressor e um jogo de cintas de bagagem (pequeno) da Givi, para uma eventualidade. 

A IDA

Saímos às 6:11 da manhã com a temperatura em torno de 21C. Com a jaqueta de verão sem forro, quase passo frio neste primeiro trecho. Consumo alto, belas paisagens e ritmo constante e bom. A primeira parada do dia foi no Sonho Verde.
A BR050 está muito boa, mas tem alguns trechos em obras, assim como a 153. Passar pelos pedágios foi tranquilo, pois a garupa lidou com os pagamentos. Com a média de consumo variando entre 17 e 19 km/l, acabei parando mais do que planejava. A primeira parada foi com meros 150 quilômetros rodados. Não sei o que fez a moto gastar tanto neste início. Depois melhorou chegando a marcar 20km/l. Uma parada mais longa foi feita no Posto Décio já chegando em Uberlândia. Aqui comemos e reabastecemos e fomos direto até Rio Preto, exceto por uma parada ali pelas bandas de Frutal, no posto de atendimento ao usuário da concessionária. Esta parada foi um pouco depois de um belo susto que tomamos, numa ultrapassagem. Meninos e meninas: só ultrapassem com segurança, não confiem em ninguém.

A partir deste ponto o calor se fez muito presente. Sentíamos o sol rachando. Não há alternativa a não ser enfiar a mão. Sabia que tínhamos o nojentíssimo trecho entre a fronteira de Minas e São Paulo e Rio Preto pela frente e não queria perder muito tempo ali. As obras de duplicação do anel viário em Rio Preto atrapalharam um pouco nossa chegada, mas chegamos. Cansados, com calor, mas inteiros. Levamos cerca de onze horas, com várias paradas e sem excessos de velocidade. Nosso ritmo ficou entre 100 e 115km/h. Em alguns curtos trechos puxei um pouco mais, mas a velocidade de cruzeiro ficou entre essas marcas aí. As melhores marcas de consumo foram atingidas nos trechos em que mantive em torno de 110km/h. Velocidades essas confortáveis para mim e para minha garupa. As várias paradas foram também previstas para que a Bia pudesse relaxar mais, pois apesar da almofada de gel sobre o banco comfort, ela ainda sentiu um pouco de dores. Sempre que possível, usei minhas pedaleiras extras fixas no protetor de carenagem, o que permitia que ela esticasse as pernas e viajasse apoiada nas minhas pedaleiras.
No hotel, um jeito rápido nas roupas encharcadas de suor, banho, jantar e cama.
Saindo do hotel em Rio Preto
No dia seguinte, saímos cedo. Abastecemos ainda na cidade e seguimos. 300 quilômetros até Pirapozinho. Este trecho aconteceu sem nenhum estresse e em 2h50´chegamos em casa.

Nos dias em que estivemos lá só andei na cidade e fomos a Presidente Prudente uma tarde.
Às vésperas da volta, ajustei e lubrifiquei a corrente. E só.

A VOLTA


Lá pelas 6:15 da manhã, tanque cheio, bagagem nos lugares, foma de estrada, largamos. Tínhamos cerca de 610 quilômetros pela frente, o que nos daria folga suficiente para fazer uma viagem tranquila. Mas, por alguma razão, a volta não rendeu tão bem.
Paramos a pouco mais de 100 quilômetros para tomar um café e completar o tanque. Logo depois de Rio Preto, outra parada para um lanche rápido. Depois do Prata o tempo começou a fechar e acabamos por pegar chuva e muito vento. Chegamos por volta das 15 horas em Itumbiara. Bia até chegou a sugerir que continuássemos até Goiânia, mas o vento estava forte e eu já sentia o cansaço. O que acabou sendo bom. A parada foi no Hotel Beira Rio, que recomendo.

Este hotel já existe há algum tempo mas está bastante bem conservado e é bem agradável. Nos colocaram em um quarto de frente para o rio e tivemos como observar o pôr-do-sol de camarote.




Depois de dar uma ajeitada nas roupas e descansar um pouco, descemos e "apoitamos" num restaurante de frente para o rio, onde comemos e jogamos conversa fora. A avenida Beira Rio é bastante agradável, exceto pelos barcos que ficam por ali nos fins-de-semana com música alta. Uma mui merecida noite de sono foi seguida por um bom café da manhã e pau na máquina.

De manhã, o dia prometia, mas o receio de chuvas em Brasília ainda nos assombrava.

O último trecho, de 400 quilômetros foi vencido em pouco mais de cinco horas. Chegamos em casa em torno de 12:30.