Motociclistas não são muito fãs de fazer o mesmo caminho de volta que fizeram na ida numa viagem, sempre dão um jeito de fazer um laço.
Quando viajo para Pirapozinho/SP, onde moram nossas famílias, sempre fiz os mesmos caminhos, seja de carro ou de moto. Saindo de Brasília, pegava a BR040 e depois a 050, descambando na 153 (Transbrasiliana) e depois na SP425 (Assis Chateaubriand). Passei depois a fazer a 060, 153 e SP425.
O problema é que o trecho entre Prata/MG e São José do Rio Preto/SP é um pé no saco, especialmente entre Frutal e SJRP. Aquele pedaço de BR153 entre a divisa de MG e SP e Rio Preto está sob concessão há décadas e nada de duplicação até hoje. É um trecho perigoso, com poucos pontos de ultrapassagem.
Em 2019, quando viajamos para o Uruguai, dormimos em Araçatuba e o caminho que fizemos foi por dentro. Entenda-se por isso o seguinte: em Prata seguimos em direção a Campina Verde e Iturama e de lá seguimos na direção de Jales e Araçatuba. De lá, pegamos a SP300 e depois a SP425.
Em janeiro deste ano fomos de carro para lá. Só que quando passamos por Araçatuba, acabei por passar batido no acesso à SP300 e descambamos em Clementina/SP. Estradinha boa, pouco trânsito e que dá na SP425. Na volta, entrei antes e passei por Piacatu, Gabriel Monteiro e Bilac. Outra vicinal padrão SP, muito simpática, asfalto excelente e quase nenhum trânsito. Atravessar as três cidadezinhas é indolor.
Isso me deu a ideia de fazer sempre este caminho. Nestas férias, resolvi passar uns dias em Pirapozinho e fui de moto, sozinho. Escolhi dormir em São José do Rio Preto e o caminho foi este:
A diferença aqui foi entrar por Fernandópolis em vez de seguir para Jales. Dali a Rio Preto é tranquilo, até entrar na Washington Luiz, já em Mirassol/SP. Pelo horário, já quase no fim da tarde, o trânsito é intenso, mas no sentido oposto ao que eu trafegava.
Muito calor (39C) neste trecho, mas peguei 14C próximo a Cristalina/GO, pela manhã. Velocidade de cruzeiro de 120 km/h, pouco peso - apenas a bolsa no baú e duas extras da Saxon, presas no assento.
Já tinha decorado a localização do hotel e chegar lá não foi trabalho algum. Muito simpático, o staff do Cassino Tower arranjou um cantinho pra Virgínia e não precisei pagar os R$ 18 do estacionamento.
Bati um hambúrguer na companhia do professor e amigo Álvaro e da Giovana no ótimo Good House e voltei pro hotel para uma muito merecida noite de descanso, pois estava moído depois das dez horas de estrada e 870 quilômetros rodados.
No café da manhã confirmei pelo Google Maps a minha rota para o segundo dia. Não queria ir pelo caminho de sempre, de jeito nenhum. Assim, subi pela Washington Luiz (SP310) em direção a Monte Aprazível e Nhandeara. De lá, tomei a SP461 em direção a Birigui. Esta estrada me levaria até Bilac e à vicinal que eu já conhecia.
Ainda estava cansado e um pouco dolorido, decidi pegar mais leve. Queria ouvir música e por isso não usei os protetores auriculares neste trecho. Na véspera tive dificuldades em ouvir música com os protetores e só depois descobri que, no aplicativo do Cardo, vários limitadores estavam ativados e por isso o volume não subia muito. Fui a meros 105 km/h, curtindo muito o caminho e a paisagem. Esse caminho segue, na maior parte do tempo, paralelo à SP425, à qual adentro antes de Rinópolis. O caminho alternativo aumentou em apenas 30 quilômetros o trecho que teria de fazer. Cheguei cedo. Minha frustração foi não ver uma única barraquinha de frutas ou de caldo de cana e sucos no caminho. Tava doido pra dar uma parada. Parei num tal de café colonial Gramado, na SP425, do que me arrependi profundamente. Havia dois trechos em obra, com pare-e-siga. Esperar a pista abrir sob um sol de 37C, todo equipado não foi divertido.
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